Mesmo com a expectativa de alívio nos preços, o custo da cesta básica em Passo Fundo praticamente não se mexeu no mês de julho. Segundo levantamento realizado pelo Centro de Pesquisa da Escola de Ciências Agrárias, Inovação e Negócios (ESAN), da Universidade de Passo Fundo (UPF), a variação foi de apenas R$ 0,02 para menos — uma diferença tão pequena que não faz nem cócegas no orçamento.
Em
números absolutos, o custo da cesta passou de R$ 1.575,45 para R$
1.575,43. Uma economia que, na prática, não paga sequer um chiclete.
📈 Quais produtos subiram e quais caíram?
Apesar da
estabilidade geral, alguns alimentos apresentaram forte oscilação individual.
Os produtos com maiores altas de preços no mês de julho foram:
- Mamão: +23,24%
- Banana: +15,98%
- Frango: +10,11%
Já os
produtos com maiores quedas foram:
- Batata-inglesa: –34,55%
- Laranja: –31,88%
- Cenoura: –20,88%
Essas
variações demonstram que, embora o valor final da cesta não tenha se alterado
significativamente, os preços dos itens individuais continuam instáveis e
imprevisíveis — o que dificulta o planejamento financeiro das famílias.
📊 A verdadeira conta: alta de 12,54% no ano
O dado
mais alarmante do boletim é a variação acumulada dos últimos 12 meses: a
cesta básica em Passo Fundo ficou 12,54% mais cara. Em julho de 2024, a
cesta custava R$ 1.399,83. Agora, em julho de 2025, esse valor subiu para R$
1.575,43 — um aumento de R$ 175,60.
Esse
crescimento representa uma pressão real sobre o orçamento da população,
especialmente para quem vive com salários que não acompanharam essa inflação.
❗ Crítica: redução simbólica não muda a realidade
Embora o
boletim destaque uma leve queda no mês, a verdade é que o poder de compra do
cidadão segue encolhendo. Reduções centesimais como essa de R$ 0,02 soam
quase como uma ironia diante da escalada acumulada de preços ao longo do ano.
A cesta
básica já consome mais da metade do salário mínimo nacional, hoje fixado em R$
1.412,00. Com os aumentos registrados, o consumidor precisa cada vez mais fazer
escolhas difíceis para manter a geladeira abastecida.
📌 Conclusão
Enquanto
os números oficiais apontam estabilidade, a realidade do dia a dia é outra.
Famílias passo-fundenses enfrentam aumentos constantes e um cenário de
incerteza, onde cada ida ao supermercado é uma nova surpresa — e nem sempre
boa.
A queda
de dois centavos pode até aparecer nos gráficos, mas no carrinho de compras,
ela passa despercebida.