Alguns torcedores parecem acreditar que estádio é território livre para abandonar o bom senso — e, no caso mais recente, a civilidade inteira. Durante a partida entre Avaí e Remo, uma torcedora protagonizou um espetáculo lamentável ao disparar ofensas raciais e xenofóbicas contra torcedores e jogadoras do clube paraense.
A torcedora do Avaí, investigada por esses ataques registrados no sábado (15), na Ressacada, em Florianópolis, foi demitida da empresa onde trabalhava nesta quarta-feira (19). As falas preconceituosas — proferidas pela ex-conselheira do Leão — foram gravadas por outros torcedores, que não pensaram duas vezes antes de divulgar o vídeo nas redes sociais. Em poucos minutos, a repercussão já havia tomado o país inteiro.
O vídeo percorreu as redes com a velocidade de um contra-ataque bem encaixado, chegando à empresa da acusada antes mesmo de muitos torcedores chegarem em casa após o jogo. O desfecho foi imediato: demissão por justa causa, acompanhada de uma nota firme repudiando qualquer comportamento discriminatório. A mensagem é clara: empresas podem até tolerar atrasos, mas não toleram racismo.
O Avaí também se posicionou, reforçando que não compactua com esse tipo de conduta e que está colaborando com a investigação. O Remo, por sua vez, manifestou apoio às vítimas e alertou — mais uma vez — para a necessidade de punições exemplares. Até porque, se racismo fosse lance de jogo, já teria sido banido com cartão vermelho direto.
A Polícia Civil abriu investigação por injúria racial e xenofobia, e o Ministério Público acompanha o caso. Ou seja, a “torcida organizada de problemas” da acusada só está começando.
Esse episódio reacende um debate que já deveria estar encerrado há muito tempo: por que ainda é preciso explicar que arquibancada não é zona livre de lei? Que torcer não é licença para atacar? Que racismo não é “calor do jogo”, e sim crime?
Se existe algo positivo nesse cenário, é a resposta rápida da sociedade. Afinal, se alguns insistem em jogar o campeonato da vergonha, pelo menos as punições — sociais, profissionais e judiciais — estão vindo tão rápido quanto deveriam.
E fica o recado para quem ainda não entendeu a regra básica do esporte mais popular do país: no estádio, o único grito que cabe é de apoio. Preconceito? Esse é expulso sem direito a VAR.
Fonte: ND+
Editado por Jefferson Gauchão
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