O início de dezembro marca a mobilização nacional do Dezembro Vermelho, campanha dedicada à prevenção, ao enfrentamento do HIV e à garantia dos direitos de pessoas que vivem com infecções sexualmente transmissíveis. Em Marau, a data chega acompanhada de um sinal de alerta: o município pode ter um número de infectados muito acima dos casos oficialmente registrados.
A avaliação foi apresentada pela Coordenadora de Vigilância em Saúde, Lisiane Dall’Agnese, em entrevista à Rádio Vang. Segundo ela, embora 146 moradores estejam hoje diagnosticados com HIV e recebam acompanhamento, as projeções epidemiológicas indicam que pode haver um contingente expressivo de pessoas que desconhecem a própria condição.
As estimativas reforçam essa preocupação. Com base no parâmetro nacional, Marau teria cerca de 186 pessoas vivendo com HIV. Já a referência utilizada no Rio Grande do Sul eleva a margem para aproximadamente 373 moradores. Essa diferença, observa Lisiane, sugere um possível subdiagnóstico superior a duzentos casos: “Se tomarmos por base a estimativa gaúcha, poderíamos ter mais de 200 pessoas sem diagnóstico no município.”
O desconhecimento da infecção segue sendo um dos principais obstáculos no controle da doença. Sem testagem, o indivíduo pode evoluir para AIDS e continuar transmitindo o vírus. A meta internacional adotada para frear a epidemia, conhecida como 90-90-90, busca reverter esse cenário: diagnosticar 90% das pessoas com HIV, garantir tratamento antirretroviral a outros 90% desse grupo e assegurar que 90% dos pacientes em uso da terapia atinjam carga viral indetectável.
A carga viral indetectável, resultado direto da adesão ao tratamento, impede a transmissão sexual do HIV, reforçando o impacto das medidas de prevenção e acompanhamento contínuo. Apesar disso, o abandono terapêutico segue preocupando as equipes de saúde. “Entre os 146 diagnosticados, ainda temos pessoas que interromperam o tratamento”, afirmou Lisiane.
Com a campanha de dezembro em andamento, a Vigilância em Saúde reforça o chamado à população: o teste rápido de HIV está disponível gratuitamente nas Unidades Básicas de Saúde, é seguro e pode ser feito de forma simples e sigilosa. Para o município, ampliar o diagnóstico e fortalecer a adesão ao tratamento são passos essenciais para enfrentar o desafio que ainda persiste.
Fonte: VANGFM
Editado por Jefferson Gauchão
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