A Polícia Federal (PF) deflagrou, nesta semana, uma operação que revelou indícios de desvio de recursos públicos destinados à reconstrução de municípios gaúchos atingidos pelas enchentes que assolaram o Rio Grande do Sul nos últimos meses. As investigações apontam irregularidades em contratos emergenciais, superfaturamento e possível envolvimento de agentes públicos e empresas contratadas.
A operação ocorreu simultaneamente em diversas
cidades do Estado, com mandados de busca e apreensão e quebra de sigilos
autorizados pela Justiça Federal. O objetivo é identificar a real dimensão das
fraudes e localizar documentos que confirmem o uso indevido de verbas enviadas
pelo governo federal e estadual.
Fraude em contratos emergenciais
Segundo a PF, há fortes indícios de que parte
dos recursos liberados para ações de limpeza, transporte de resíduos,
recuperação de estradas, obras emergenciais e compra de materiais teria sido
desviada por meio de contratos superfaturados e empresas de fachada. Em alguns
casos, o valor pago era muito superior ao serviço realmente executado.
Investigações também analisam se houve
direcionamento de licitações e favorecimento de empresas específicas que, em
troca, repassariam parte dos valores a servidores municipais.
Operação mobiliza vários municípios
Mandados foram cumpridos em prefeituras,
residências de investigados e sedes de empresas prestadoras de serviço.
Computadores, celulares, documentos contábeis e comprovantes de pagamentos
foram apreendidos.
A PF afirma que a operação ocorre com base em
denúncias e em análises preliminares feitas após auditores identificarem
inconsistências na aplicação dos recursos emergenciais.
Verbas eram destinadas à reconstrução
Após as enchentes, que deixaram rastro de
destruição e prejuízos em dezenas de cidades gaúchas, governos federal e
estadual liberaram milhões de reais para garantir a retomada dos serviços
básicos e reconstrução das estruturas danificadas.
Segundo a investigação, parte desse dinheiro
pode não ter chegado ao destino final.
Prefeituras e órgãos investigados devem prestar
esclarecimentos
Os gestores públicos alvo da operação deverão
explicar a contratação das empresas suspeitas, a metodologia dos serviços
prestados e a justificativa para os valores pagos. Alguns contratos
investigados já estão suspensos.
A Controladoria-Geral da União (CGU) e o
Ministério Público Federal (MPF) acompanham o caso.
População cobra transparência
O caso gerou indignação entre moradores
afetados pelas enchentes, que ainda lutam para reconstruir casas e comércios.
Entidades civis pedem transparência máxima na apuração e punição rigorosa para
envolvidos.
Próximos passos
A Polícia Federal continuará analisando o
material apreendido e deve divulgar novas informações conforme avançarem as
investigações. Dependendo das provas, os investigados podem responder por:
·
Peculato
·
Fraude em licitação
·
Associação criminosa
·
Lavagem de dinheiro
A PF reforça que os envolvidos ainda não têm culpa comprovada e que as apurações seguem em andamento.
Fonte: Jornal da Oeste
Editado por Jefferson Gauchão
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