Os Correios estudam um novo plano de reestruturação que pode resultar no desligamento de mais de 10 mil funcionários nos próximos anos. A possibilidade, que vem sendo discutida internamente e ventilada por sindicatos, reacende o debate sobre o futuro da estatal, que enfrenta queda de receita, avanço da concorrência privada e pressões por modernização.
Embora a empresa ainda não tenha oficializado um programa de demissões nessa escala, fontes do setor e entidades representativas afirmam que os cortes fazem parte de um conjunto de medidas previstas em cenários analisados pela direção.
Por que os Correios consideram reduzir o quadro de funcionários?
Segundo especialistas, três fatores principais impulsionam a discussão:
1. Encolhimento do mercado de cartas e serviços tradicionais
O volume de cartas e contas enviadas pelos Correios caiu drasticamente nos últimos 10 anos. Com a digitalização de serviços bancários, boletos e documentos, essa área — que já foi o carro-chefe da empresa — perdeu relevância e receita.
2. Competição acirrada no setor de encomendas
O segmento de entregas, que ganhou força com o e-commerce, é dominado por transportadoras privadas mais ágeis e com custos operacionais menores. Para competir, os Correios precisam investir em tecnologia, logística moderna e redução de despesas.
3. Estrutura pesada e déficit operacional
A empresa convive com altos custos trabalhistas, milhares de agências pouco rentáveis e um quadro funcional considerado acima do necessário após mudanças nos hábitos de consumo.
Segundo sindicatos, a direção avalia que o enxugamento seria uma forma de adequar a estatal ao novo momento do mercado.
Como seriam os cortes?
A projeção inclui opções como:
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Plano de Demissão Voluntária (PDV) e aposentadoria incentivada
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Fechamento de agências com baixo movimento
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Centralização de setores administrativos
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Automação de processos antes realizados por funcionários
A intenção seria promover desligamentos graduais, evitando rupturas bruscas e reduzindo gastos de forma planejada.
Reação dos sindicatos
Entidades que representam os trabalhadores afirmam que a medida prejudicaria o serviço público, principalmente em cidades pequenas onde os Correios são a única presença estatal. Também alertam para risco de sobrecarga nas equipes remanescentes e piora na qualidade das entregas.
Os sindicatos defendem investimentos em tecnologia, modernização da frota e ampliação de serviços, em vez de cortes extensivos.
Privatização ainda no horizonte?
A discussão sobre o futuro dos Correios volta ao debate sempre que surgem planos de reestruturação. Embora o Governo Federal tenha afastado a privatização em larga escala, pressões por equilíbrio financeiro alimentam especulações sobre uma abertura parcial ao setor privado no futuro.
Por enquanto, a estatal segue avaliando cenários — e o possível corte de mais de 10 mil funcionários aparece como um deles.
Fonte da matéria: ND+
Editado por Jefferson
Gauchão
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