Roberto Justus aposta no futuro da construção civil com nova fábrica de Steel Frame

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O empresário Roberto Justus entra de vez no setor da construção civil com um projeto ambicioso de industrialização. Seu novo empreendimento, a SteelCorp, promete transformar a maneira como se constrói no Brasil por meio do sistema light steel frame (LSF) — estruturas metálicas galvanizadas com produção industrializada —, que já é bastante usado em outros países, mas ainda incipiente por aqui.

O que é a SteelCorp e quem está por trás

  • A SteelCorp foi fundada em 2023, a partir da aquisição da TecnoFrame, com foco em construções modulares, produção em fábrica dos componentes, montagem rápida no local da obra e menor desperdício.
  • Os principais nomes da empresa são Roberto Justus (CEO), Daniel Gispert (sócio e presidente da SteelCorp), Marcelo Pieruzzi (responsável pelo SteelBank, braço financeiro), e a gestora Reag, que chegou a deter 30% da empresa. Contudo, após ser envolvida em investigação da Polícia Federal, a Reag se desvinculou da sociedade. A fábrica em Cajamar: estrutura e capacidades
  • A nova planta da SteelCorp está localizada em Cajamar (SP), no bairro Polvinho, bem situada para logística via rodovia.
  • Tem 16.000 metros quadrados de área, com linhas de produção automatizadas, projetadas para operar em escala bem maior.
  • A capacidade prevista é de até 10.000 unidades habitacionais por ano ou algo próximo disso, o que implica numa produção mais agressiva do modelo LSF no país.
  • A planta deve aumentar bastante a produção em aço: a quantidade de aço utilizado deverá crescer, refletindo também o volume de materiais processados. Projeções financeiras e mercado
  • O faturamento almejado para a SteelCorp com essa nova fase é de R$ 1 bilhão até 2026.
  • Em anos anteriores, já tinham sido anunciadas metas de R$ 700 milhões para 2024.
  • O backlog (pedidos já firmados, mas por concluir) é alto – algo em torno de R$ 3,1 bilhões.


Vantagens e desafios do modelo

Vantagens:

  • Tempo de construção reduzido — em muitos casos, obras com steel frame levam cerca de metade do tempo em comparação à construção convencional.
  • Menor geração de resíduos e entulho. O modelo industrializado permite que a maior parte dos componentes venha pronta da fábrica, o que diminui desperdício.
  • Consumo de água bem menor, melhorias em conforto térmico e acústico, além de paredes mais delgadas, que podem aumentar a área útil construída. Desafios:
  • Mudança cultural: o modelo de alvenaria ainda domina fortemente o mercado brasileiro, e há resistência em adotar métodos novosCusto inicial mais elevado, ainda que o custo total (considerando prazo, manutenção, desperdício, etc.) possa tornar-se competitivo. Logística: transportar componentes produzidos em fábrica, montagem no local, exigências de acesso, transporte, etc.

Impactos e futuro possível

  • SteelCorp não pretende atuar apenas em casas de alto padrão — existe uma clara estratégia para atuar com moradias populares, aproveitando programas governamentais e necessidades habitacionais no Brasil. A empresa criou também a SteelAcademy, com cursos para formar profissionais especializados no sistema LSF — montadores, projetistas, arquitetos — treinando mão de obra para suportar o crescimento.
  • Outro braço criado é o SteelBank, para financiar clientes e fornecedores, dar suporte financeiro ao ecossistema.

Conclusão

A entrada de Roberto Justus no mercado do steel frame, com a SteelCorp e com sua nova fábrica em Cajamar, marca um ponto de inflexão para a construção civil brasileira. Se o projeto funcionar como o esperado, pode abrir espaço para um modelo de construção mais rápido, sustentável e escalável — algo bem alinhado com tendências globais. No entanto, para isso se concretizar será preciso superar resistências culturais, garantir a qualidade e logística, além de manter os custos sob controle.




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