Honra e Memória: Porto Alegre celebra o Dia do Exército com solenidade do Comando Militar do Sul

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Porto Alegre resolveu dar uma pausa no caos diário para prestigiar mais uma edição do Dia do Exército, aquele evento anual que mistura patriotismo, marcha sincronizada e discursos que parecem ter sido copiados de um livro de História de 1970. O Comando Militar do Sul organizou a cerimônia, que teve direito a bandeira subindo lentamente, salvas de tiros para o ar (ótimos para assustar pombos e cães da vizinhança) e, claro, longas falas sobre “honra” e “memória” — conceitos que soam maravilhosos no papel, mas que, na prática, só servem para deixar a solenidade mais solene ainda.

As autoridades civis e militares estavam todas lá, impecáveis, de farda ou terno, com aquela expressão de quem está salvando o Brasil apenas por permanecer sério e imóvel por 40 minutos seguidos. Do lado de fora, no entanto, a vida real seguia: trânsito engarrafado, fila no posto de saúde e gente tentando adivinhar se o preço da gasolina vai subir antes do almoço. Mas dentro da cerimônia, o clima era outro — parecia até um ensaio de teatro, onde cada um já sabia de cor quando aplaudir, quando cantar e quando fingir emoção.

O discurso principal exaltou disciplina, patriotismo e os feitos históricos do Exército, como se esses ingredientes fossem suficientes para resolver a inflação ou tapar os buracos das ruas da cidade. O público ouviu com respeito, ou pelo menos fingiu, porque ninguém ousaria bocejar enquanto uma banda marcial está a dois metros de distância.

No final, a solenidade cumpriu sua função: lembrar que o Exército existe, que continua marchando com passos firmes e que ainda sabe organizar uma cerimônia impecável. E, convenhamos, já é alguma coisa. Resolver problemas do país? Isso fica para outro dia. Mas desfilar e bater continência — ah, nisso eles continuam campeões.

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