Pressa por resultados e vagas sazonais levam empresas a priorizar currículos e ignorar o comportamento emocional, aumentando custos com turnover e reduzindo a integração de novos profissionais
Outubro e novembro costumam movimentar contratações temporárias e reorganizações internas nas empresas. Nesse período, a pressa para fechar equipes muitas vezes leva a decisões pautadas apenas em currículo e experiência técnica, uma escolha que pode sair caro no longo prazo.
Para Jéssica Palin, psicóloga e especialista em saúde mental corporativa, mapear o perfil comportamental dos candidatos é tão essencial quanto avaliar formação e habilidades. “No momento da contratação, não basta olhar o que a pessoa sabe fazer. É fundamental entender como ela vai reagir sob pressão, como interage com a equipe e como lida com exigências emocionais”, afirma. Segundo ela, ignorar esse alinhamento emocional contribui para o aumento do turnover e dificulta a integração efetiva dos novos talentos.
Custos da rotatividade e fenômenos no Brasil
A rotatividade de pessoal, ou turnover, é reconhecida como uma das despesas mais ocultas nas organizações. No Brasil, a taxa anual de turnover chega a cerca de 51,3%, o que significa que, em média, um em cada dois colaboradores troca de emprego ou é desligado ao longo de 12 meses. Outro levantamento com base em dados do CAGED aponta aumento de 56% no turnover em relação ao período pré-pandemia.
Esses números têm implicações práticas profundas: além dos custos diretos com recrutamento, treinamento e desligamentos, há impactos sobre produtividade, clima e engajamento. Segundo dados compilados pela BGC Brasil, o turnover eleva custos operacionais e compromete a estabilidade das equipes.
Quando a contratação é temporária, comum no fim de ano, os riscos emocionais tendem a aumentar. O candidato pode resistir menos ao estresse, à cultura da empresa ou à alta demanda imediata, e a adaptação pode ser mais frágil.
Como incorporar avaliação emocional no processo seletivo
Para Jéssica Palin, o primeiro passo é incluir o diagnóstico comportamental já na fase pré-contratual. Isso envolve aplicar testes que mapeiam traços de personalidade, resiliência, estilo de trabalho e comunicação. “Com esse mapeamento, é possível comparar o perfil do candidato com o perfil esperado para a vaga, reduzindo desconexões futuras”, afirma.
A prática de avaliação comportamental tem respaldo conceitual, métodos como o DISC, Big Five, entre outros, vêm sendo adotados por áreas de RH para trazer mais precisão ao recrutamento. Quando bem aplicada, a análise comportamental pode aumentar a assertividade das contratações e reduzir a rotatividade nos primeiros meses.
Durante o onboarding, processo de integração do novo colaborador, Jéssica recomenda chamá-lo ao diálogo emocional e estruturar um “onboarding afetivo”. Ela explica que não basta apresentar organograma e rotinas, é necessário acolher o emocional, entender expectativas e facilitar adaptação ao estilo de trabalho da equipe.
A cultura organizacional também deve entrar no radar da seleção. Empresas que priorizam ambientes com comunicação aberta, rituais de encerramento emocional e limites claros tendem a exigir perfis mais compatíveis com esse modelo. “Quando candidato e empresa compartilham valores de cuidado e equilíbrio, a integração se acelera”, diz Jéssica.
Riscos psicossociais e vantagem estratégica
A contratação desajustada eleva a probabilidade de desgaste emocional, conflitos, absenteísmo e desligamentos prematuros. Esses problemas tendem a se intensificar em contratos de curta duração, quando não há tempo para ajustes graduais.
Por outro lado, empresas que adotam práticas de seleção com base emocional ganham vantagem em vários fronts: reduzem custos com turnover, melhoram o tempo de adaptação, fortalecem o clima interno e demonstram compromisso com saúde mental.
Segundo Jéssica Palin, o fim do ano, com sua pressão por resultados e prazo apertado, representa uma janela crítica. “Se você faz contratações precipitadas sem olhar para o emocional, está apostando alto contra sua própria resiliência organizacional”, alerta.
Em um cenário em que recursos humanos são cada vez mais valorizados como ativos estratégicos, selecionar talentos levando em consideração o perfil comportamental não é luxo, e sim necessidade.
Sobre Jéssica Palin
Jéssica Palin Martins é advogada, psicóloga e especialista em saúde mental no ambiente corporativo, graduada em Direito pela Universidade Paulista (UNIP) e em Psicologia pelo Centro Universitário do Norte Paulista (UNORP), mestre em Direito pelo Instituto Brasileiro de Estudos Tributários (IBET) e especialista em Intervenção Familiar Sistêmica pela pela Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto, FAMERP.
Fundadora da IntegraMente, desenvolveu uma metodologia que combina testes psicológicos validados com planos de ação estratégicos para lideranças e RHs. Sua atuação tem como foco no gerenciamento de riscos ocupacionais deve abranger os riscos que decorrem dos agentes físicos, químicos, biológicos, riscos de acidentes e riscos relacionados aos fatores ergonômicos, incluindo os fatores de risco psicossociais relacionados ao trabalho.
Seu trabalho ganhou relevância especialmente após a publicação da Lei 14.831/2024, que instituiu o Certificado de Empresa Promotora da Saúde Mental. A norma, já aprovada e aguardando regulamentação, estabelece critérios claros para a promoção da saúde emocional no trabalho.
Paralelamente, a Portaria nº 1.419 do Ministério do Trabalho e Emprego, publicada em 27 de agosto de 2024 (DOU de 28 28/08/2024 - Seção 1), que aprova a nova redação do capítulo “1.5 Gerenciamento de Riscos Ocupacionais” e altera o “Anexo I – Termos e definições” da Norma Regulamentadora nº 1 (NR-1) que incluiu oficialmente os fatores psicossociais como riscos ocupacionais, reforçando a necessidade de estratégias corporativas de prevenção.
Contato e redes oficiais:
Instagram @jessicapalinmartins e Linkedin
Sobre a Palin & Martins
Fundada em São José do Rio Preto (SP), a Palin & Martins é uma consultoria especializada em gestão tributária para o agronegócio, com atuação em todo o território nacional. A empresa é referência na recuperação de créditos de ICMS, conformidade fiscal e reestruturação estratégica, com foco em produtores rurais e exportadores.
Sob a liderança de Altair Heitor, contador e psicólogo com mais de 22 anos de experiência, e da advogada e psicóloga Jéssica Palin Martins, a consultoria já movimentou mais de R$ 529 milhões em créditos tributários para seus clientes.
Reconhecida por aliar precisão técnica, inteligência de dados e abordagem humanizada, a Palin & Martins atua diretamente na conversão de tributos em ativos financeiros legítimos. Além disso, oferece mentorias e treinamentos voltados à capacitação de empresários e profissionais do setor. Acesse palinemartins.com.br
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