O clima de medo tomou conta das comunidades indígenas Avá-Guarani no Oeste do Paraná após o assassinato brutal de Everton Lopes Rodrigues, de 21 anos, filho do cacique da Aldeia Yvyju Awary. Ele foi encontrado decapitado em um milharal na entrada da aldeia, ao lado de uma carta com graves ameaças às comunidades indígenas e até à Força Nacional de Segurança Pública.
O que diz a carta
A carta
deixada ao lado do corpo, assinada como “Bonde 06 do N.C.S.O”, reproduz
discursos de ódio vinculados ao agronegócio e criminaliza os indígenas como
“paraguaios” aliados do PCC. O conteúdo é explícito e aterrador: ameaças de
invadir aldeias, atacar ônibus escolares com crianças dentro e queimar pessoas
vivas. “Não é uma ameaça vazia, mas recheada de ódio”, afirma o texto
Impacto sobre as crianças
Desde o
trágico episódio, várias famílias têm proibido seus filhos de ir à escola,
temendo novos ataques. O clima entre os Avá-Guarani é de muita insegurança e
muitas perguntas, segundo lideranças indígenas locais. A ausência das
crianças nas salas de aula reflete o terror instaurado e compromete gravemente
o acesso à educação—um direito básico que está sendo cerceado pela violência.
Polêmica e investigações em curso
As
autoridades — Polícia Federal, Polícia Civil e Ministério dos Direitos Humanos
e da Cidadania (MDHC) — estão acompanhando o caso desde o início. O MDHC já
manifestou preocupação, ressaltando o acompanhamento por meio do Programa de
Proteção aos Defensores de Direitos Humanos. Até o momento, nenhum dos autores
foi identificado e as investigações ainda estão em andamento.
Contexto de violência
Este
assassinato é apenas o mais recente de uma série de ataques contra os
Avá-Guarani desde julho de 2024, quando começaram retomadas de seus
territórios tradicionais. Em março de 2025, outro indígena, Marcelo Ortiz
(Ku’i), também foi encontrado decapitado em uma estrada rural — e a carta
junto ao corpo de Everton afirma que aquele crime também foi reivindicado pelo
mesmo grupo
Conclusão
A morte
de Everton Lopes Rodrigues e o clima de ameaça prolongado geram um duplo
atentado: à vida dos indígenas e ao direito fundamental à educação de suas
crianças. Esse cenário exige resposta urgente das autoridades, não
apenas em forma de investigação eficaz e punição dos envolvidos, mas também com
medidas de proteção imediata às comunidades e garantias de retorno seguro às
escolas.
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