Golpe milionário contra idosos: escritório de advocacia de Passo Fundo é alvo de operação do MP

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1. Contexto e investigação

Em dezembro de 2024, o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO) do Ministério Público do Rio Grande do Sul deflagrou a Operação Gollum, após investigação iniciada pela Procuradoria-Geral do Estado (PGE). O alvo: um esquema de desvio de recursos públicos do Estado e do IPE Saúde, destinado a tratamentos de home care em Passo Fundo.

A apuração identificou ordens judiciais fraudadas, totalizando R$ 35 milhões, que deveriam custear atendimento domiciliar a crianças, idosos e pessoas com necessidades especiais. Mas empresas, junto com um escritório de advocacia local, envolvidas no esquema, teriam prestado contas falsas para desviar o dinheiro

2. Estrutura do esquema e atuação do escritório

A investigação dividiu os investigados em quatro núcleos interligados:

·         responsáveis legais dos pacientes (família);

·         empresas prestadoras de home care;

·         escritório de advocacia;

·         colaboradores diversos

Esses núcleos atuavam juntos para obter decisões judiciais que determinavam o bloqueio de recursos públicos destinados ao tratamento. Em seguida, os serviços eram simulados ou prestados de forma inadequada, e as prestações de contas eram falsificadas com apoio dos advogados para manter o esquema ativo, mesmo após a contratação de empresas idôneas em licitação pública

3. Desdobramentos da Operação Gollum

Durante a operação, foram cumpridos 11 mandados de busca e apreensão em escritórios, empresas e residências. Também houve bloqueio de contas bancárias de 12 pessoas ou empresas, com valores em torno de R$ 500 mil

Posteriormente, em 13 de maio de 2025, o Ministério Público do RS denunciou 23 pessoas, acusadas de crimes como organização criminosa, estelionato qualificado e falsidade ideológica. A denúncia foi oferecida pelo promotor Diego Pessi, que coordenou a operação em parceria com o promotor Manoel Figueiredo Antunes

4. Consequências e impacto

Além das denúncias, o GAECO já havia realizado outra ação anterior, a Operação Home Cash, também em Passo Fundo e nas Missões, cumprindo 30 mandados de busca e apreensão, apreendendo dez veículos, sequestrando 29 imóveis e bloqueando mais de R$ 35 milhões em bens dos investigados

O objetivo institucional é recuperar os valores desviados e garantir que os recursos públicos retornem ao erário, protegendo vítimas que realmente necessitam dos tratamentos domiciliares.

5. Direitos dos idosos e prevenção

Estes crimes prejudicam diretamente pessoas vulneráveis, como idosos, crianças e aposentados. É fundamental que:

·         familiares e cuidadores conheçam os direitos dos pacientes;

·         serviços de home care sejam contratados apenas com entidades idôneas e fiscalizadas;

·         denúncias sejam feitas ao Ministério Público ou à Defensoria Pública, especialmente quando houver suspeita de fraudes ou maus-tratos.

6. O que vem pela frente

·         A investigação criminal segue em curso e os denunciados responderão judicialmente pelas acusações.

·         Caso condenados, poderão ser aplicadas penas por estelionato, falsidade ideológica e associação criminosa.

·         O MP-RS também deve buscar a reparação integral dos danos ao erário e às vítimas.

 FONTE GAECO

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