Mercado de seminovos cresce na região Sul impulsionado pela busca por preços acessíveis, consciência ambiental e maior acesso a marcas e itens de qualidade
A compra de produtos usados ou seminovos deixou
de ser tabu e se tornou uma prática cada vez mais comum entre os consumidores
do Sul do Brasil. Desde móveis, eletrodomésticos e roupas até carros, celulares
e livros, o mercado de segunda mão se consolida como alternativa viável e
inteligente em meio à inflação, ao consumo consciente e à digitalização do
comércio.
Mas afinal, o que leva o consumidor do Sul a optar por itens usados em vez de
novos? A resposta é multifatorial e revela muito sobre o comportamento
de consumo da região.
Economia em tempos de incerteza
O primeiro e mais óbvio fator é o preço. Itens usados chegam a custar até
70% menos do que os novos, oferecendo acesso a bens de qualidade por valores
mais acessíveis. Em tempos de instabilidade econômica, inflação e crédito mais
difícil, esse diferencial pesa no bolso das famílias — principalmente da classe
média e de quem está montando casa ou começando uma nova fase de vida.
Sustentabilidade e consumo consciente
Outro fator que vem ganhando força é a preocupação ambiental. Consumidores mais
jovens e conectados, especialmente nas regiões urbanas de cidades como Porto
Alegre, Curitiba e Florianópolis, têm optado por roupas de brechó, móveis
reaproveitados e eletros recondicionados como forma de reduzir o impacto
ambiental do consumo. Comprar usado virou também um ato político e ético, associado a movimentos de economia
circular e redução do desperdício.
A facilidade dos aplicativos e grupos de
venda
A digitalização também facilitou o acesso a
esse tipo de comércio. Plataformas como OLX, Enjoei, Facebook Marketplace,
grupos de WhatsApp e até lojas físicas especializadas em seminovos
impulsionaram o consumo, tornando a busca por itens usados mais prática, segura e personalizada.
Carros e eletrônicos puxam a fila
No Sul, os setores que mais movimentam o
mercado de usados são os de veículos,
eletrônicos e móveis. O setor automotivo, por exemplo, teve uma queda
nas vendas de carros novos nos últimos anos, enquanto os seminovos ganharam
espaço — sobretudo por conta dos altos preços dos 0 km e da valorização do
carro usado durante a pandemia.
🧠 O novo olhar sobre o “usado”
Mais do que uma necessidade, muitos consumidores hoje enxergam valor e autenticidade nos produtos usados. Itens vintage, com história ou mais duráveis do que os produzidos atualmente, ganham status. Além disso, há um crescente entendimento de que usado não é sinônimo de baixa qualidade, mas sim de oportunidade.
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